O Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), que foi criado em 16 de novembro de 2010, para debater questões sobre segurança e definir ações de combate à criminalidade em Santa Maria, está desativado há quase sete meses. Nesse período, não foi realizada uma única reunião entre os integrantes – representantes dos órgãos de segurança pública e de secretarias municipais –, e as ações para as quais foi criado o gabinete foram escassas e ocorreram de forma pontual.
O bom exemplo foi o Calourada Segura, festa de recepção dos calouros nas proximidades da Praça Saturnino de Brito, no início do ano letivo das instituições de Ensino Superior da cidade.

Para algumas pessoas, críticas à funcionalidade que o gabinete teve na cidade até então, o cenário não mudou nesses seis anos de existência do GGIM. Até o momento, ele não foi efetivo. Segundo o chefe de Gabinete e Secretário de Gestão e Modernização Administrativa, Guilherme Cortez, o GGIM é o órgão que deve organizar as ações a serem executadas na área de segurança pública. O problema é que, das reuniões, até enquanto elas ocorreram, não houve um resultado prático que fosse perceptível para a comunidade.
– Tínhamos uma Superintendência de Segurança que foi extinta porque gastava R$ 4 mil de aluguel só para fazer reunião uma vez por mês, um desperdício. O GGIM se tornou uma reunião de 30 a 40 pessoas e que não resolvia muita coisa. Estamos reestruturando a questão física. Destinamos uma sala no prédio da SUCV para o GGIM e temos que fazer alterações na lei – disse Cortez.
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Para Cortez, o GGIM deveria ser o responsável por organizar a quem e o que caberia aos órgãos de segurança e da sociedade civil e às secretarias municipais no desenvolvimento de ações como o Calourada Segura, por exemplo.
Mas, para o coronel da reserva Worney Dellani Mendonça, que integrou o GGIM durante o período em que esteve à frente do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO) da Brigada Militar, o gabinete deve articular e capitanear recursos para viabilizar ações que beneficiem toda a cidade, e não se deter em eventos e atividades isoladas:
– Tratava-se muito de questões pontuais, que não necessariamente precisariam reunir o GGIM para resolver. O papel mais estratégico e de estudo em relação a recursos, que deveria ser o fundamento do gabinete, ficou para segundo plano. A reativação do GGIM é condição para que o município efetive a adesão ao Sistema de Segurança Integrada com os Municípios (SIM), programa do governo estadual. Além disso, é por meio do gabinete que a prefeitura viabiliza cursos de qualificação oferecidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) para os guardas municipais e obtém recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).
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As alterações na lei, citadas por Cortez, são a mudança na nomenclatura das secretarias (que foram alteradas com a troca de governo) e a redefinição de quais as entidades continuarão participando. Porém, o projeto só deve ser enviado à Câmara de Vereadores depois da proposta que prevê a criação do Fundo Municipal de Segurança. O projeto está em fase de finalização e deve ser remetido ao Legislativo assim que o recesso parlamentar terminar, em 1º de agosto. O gabinete só deve ser reativado depois disso.
A NOVELA DO GGIM
– O Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) foi criado em em 16 de novembro de 2010 para debater questões sobre segurança e definir ações de combate à criminalidade
– É formado por representantes dos órgãos de segurança pública e de secretarias municipais
– Uma das medidas resultantes foi criação da Guarda Municipal, que começou a operar em 20 de junho de 2012
– As atividades do gabinete foram suspensas após o incêndio na boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013, e só foram retomadas em 2014, depois que a cidade viveu uma onda de homicídios
– As reuniões do grupo tornaram-se mais frequentes, mas, são poucas as ações que chegam aos moradores da periferia, como uma atividade de integração e prestação de serviços à comunidade do bairro Nova Santa Marta, em junho de 2016, e o Calourada Segura, em março, voltado para área central
– Há sete meses, o gabinete está desativado